
Apesar do crescimento exponencial de vendas, os carros elétricos e híbridos ainda geram muitas dúvidas entre potenciais consumidores e o público em geral.
Dá choque? Posso carregar em casa? E na chuva? A bateria vicia?
Essas são algumas das muitas perguntas que surgem sobre estes veículos. Para esclarecer essas e outras questões a respeito do tema, o UOL Carros conversou com a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) sobre os principais questionamentos e aponta o que é mito e verdade. Confira!
Verdade. Por ter um conjunto propulsor mais simples, os carros elétricos têm as manutenções bem mais em conta na comparação com modelos convencionais a combustão.
São menos peças móveis, incluindo componentes de desgaste natural, como velas, correias, polias. Além disso, veículos totalmente elétricos não têm filtros de ar, de combustível e de óleo.
Outro aspecto no qual carros elétricos trazem menos custos com manutenção é o sistema de freios: como veículos do tipo usam o freio motor para ajudar na recarga da respectiva bateria, pastilhas e discos de freio sofrem consideravelmente menos desgaste e, consequentemente, são substituídos em intervalos maiores de tempo. Essa vantagem também vale para carros híbridos.
Mito. O vício de bateria ou ‘efeito memória’ é a perda da capacidade de retenção de energia, caso não haja recarga completa ou se a bateria não for totalmente descarregada.
Conforme a ABVE, esse fenômeno, que já foi comum nas antigas baterias de níquel-cádmio, é coisa do passado. De acordo com a a associação, hoje as baterias estão muito mais tecnológicas e podem ser recarregadas total ou parcialmente sem qualquer dano.
Além disso, mesmo nos piores cenários de uso, têm garantias longas, de oito anos, em média.
Mesmo assim, há algumas recomendações das montadoras para manter a saúde da bateria de veículos eletrificados por mais tempo. Uma das principais é manter sempre o nível de carga entre 20% e 80%, se for possível.
A ABVE estima que a bateria tenha uma degradação perto de 30% ao término do período de garantia. Ou seja, se o carro tinha autonomia de 400 km quando novo, depois de oito anos de uso ele seria capaz de rodar aproximadamente 280 km com uma carga completa.
Verdade. É preciso, no entanto, ter algumas precauções porque tomadas residenciais podem não ser projetadas para suportar a corrente necessária para recarregar um veículo eletrificado, o que aumenta o risco de superaquecimento e até mesmo de incêndio.
Além disso, a infraestrutura inadequada e o processo de carga muito lenta podem comprometer a vida útil da bateria.
Por fim, o tempo de recarga é infinitamente maior (pode demorar até 40 horas dependendo da capacidade da bateria) do que a recarga em eletropostos rápidos, com corrente contínua.
Mito. Este, sem dúvida, é um dos principais mitos que envolvem os carros elétricos e híbridos plugin.
Geralmente instalada no assoalho do veículo, a respectiva bateria sai da fábrica completamente isolada e vedada.
Segundo a ABVE, para isso acontecer seria necessário uma condição extrema e específica: como romper revestimentos de isolamento elétrico e expor cabos de alta voltagem.
E em caso de acidente? Em caso de colisões, o fluxo de corrente é automaticamente desligado justamente para evitar que bombeiros e socorristas corram o risco de tomar choque ao tocarem cabos ou conexões expostas com a batida.
Verdade. Tudo o que não é usado tende a deteriorar com o tempo, incluindo combustíveis e baterias de veículos eletrificados.
Se o carro ficar parado durante um longo período, como em viagens, a dica é manter a carga da respectiva bateria em cerca de 60%.
A perda de vida útil acontece pela degradação dos componentes químicos da bateria e, claro, pelos ciclos de carga e descarga – igual a smartphones.
A ABVE diz que a bateria de íons de lítio de um carro elétrico pode durar até 20 anos com boa performance, caso todas as recomendações de uso e conservação do fabricante sejam devidamente seguidas. Já a taxa média de degradação pode variar de 1% a 3% por ano.
Verdade. Os modelos movidos a bateria são projetados para enfrentar e resistir a intempéries.
Apesar de água e eletricidade, definitivamente, não combinarem entre si, há uma série de proteções para resistência não só contra água, mas também poeira e afins.
A ABVE diz que a segurança disponibilizada em veículos eletrificados é a mesma de chuveiros elétricos, usados há décadas no Brasil.
Carros elétricos têm a bateria selada, vedada e protegida para essa e outras situações, como a transposição de alagamentos.
Porém, seja elétrico ou a combustão, nenhum carro de passeio é projetado para submergir na água.
A recomendação para todos os modelos (a bateria ou térmicos) é a mesma: não ultrapassar áreas de alagamentos se a água estiver acima do cubo ou do meio da roda.
Fonte: UOL Carros