Investimento na fábrica do Rio de Janeiro prevê um quarto produto além de C3, Aircross e Basalt.
A Stellantis, grupo automotivo do qual fazem parte as marcas Fiat, Jeep, Citroën, Peugeot e Ram no Brasil, confirmou no dia 27 de maio um aporte de R$ 3 bilhões para a fábrica de Porto Real (RJ).
O anúncio era a peça que faltava no quebra-cabeça do plano de investimentos de R$ 32 bilhões para a América do Sul entre o período de 2025 e 2030. Antes de Porto Real, a Stellantis já havia anunciado um aporte de R$ 13 bilhões para Goiana (PE), outros R$ 14 bilhões para Betim (MG) e mais R$ 2 bilhões para os complexos de Córdoba e El Palomar (Argentina).
Restavam apenas a fábrica da Citroën no sudoeste fluminense e um montante de R$ 3 bilhões. O valor foi confirmado para o período entre 2025 e 2030. Servirá para a produção de um quarto produto no complexo, além da família C-Cubed da Citroën, formada pelos modelos C3, Aircross e Basalt — que começará a ser produzido no local no segundo semestre deste ano.
Com o anúncio, a Stellantis “projeta gerar novos empregos” na região, embora não tenha especificado quantos. Com a consolidação da família C-Cubed, planejamos aumentar nossa capacidade produtiva e seguir impulsionando o crescimento desta unidade”, destaca Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis para a América do Sul.
Qual será o quarto novo produto da Stellantis em Porto Real?
A fabricante não confirmou qual será esse quarto modelo, nem a qual marca pertencerá e qual a previsão de chegada. Há alguns dias, o Autos Segredos noticiou que será o Jeep Avenger, novo SUV de entrada da marca e possível substituto do Renegade no Brasil. E que estaria previsto para ser lançado em 2026.
Vale observar que o Avenger é vendido na Europa usando a mesma plataforma CMP da atual família C3 produzida em Porto Real. Isso facilitaria o processo de nacionalização do crossover compacto da Jeep na planta fluminense.
Atualmente, além de C3 e Aircross, a Stellantis produz em Porto Real o Citroën C4 Cactus e o Peugeot 2008 de primeira geração. Contudo, o primeiro será definitvamente tirado de linha para dar lugar ao Basalt, enquanto o segundo trocará de geração nos próximos meses e terá sua produção migrada para El Palomar (Argentina), junto do irmão 208.
A Stellantis não confirma, mas parte dos R$ 3 bilhões também deve ser usada para a criação de versões micro-híbridas de todos esses produtos, usando o mesmo trem de força Turbo 200 (1.0 turbo flex) dos Fiat Pulse e Fastback.
Uma dúvida que fica é em relação à fábrica de motores, que produz atualmente o propulsor 1.6 EC5. Como já anunciado anteriormente, esse motor não será mais oferecido no Brasil a partir de 2025, porque não atende aos parâmetros do Proconve L8, nova legislação de emissões que entrará em vigor no país no ano que vem. Mas pode ser mantido em linha por mais um tempo visando às exportações.