Importações de carros chineses continuam na mira da indústria brasileira

Vendas de veículos vindos de fora seguem em alta e Anfavea reforça lobby pela volta da tributação total para eletrificados.

Dia 14 de março foi dia de coletiva com os resultados da indústria automotiva e adivinha um dos temas debatidos à exaustão? Sim, a questão do volume das importações de carros, especialmente chineses, alvo de queixas e munição para a Anfavea pedir a volta imediata do imposto de importação “cheio”.

Pelo balanço informado pela associação de montadoras, os licenciamentos de veículos importados chegaram a 75 mil unidades no primeiro bimestre, 26,2% a mais que o mesmo período de 2024.

Só em fevereiro, as importações registraram mais de 35 mil carros vendidos, alta de 28% ante o mesmo mês do ano passado e recuo de 9% em relação a janeiro.

Mais de 1/4 das importações é de carros chineses

Durante a apresentação dos números, o presidente da Anfavea, Marcio de Lima Leite, frisou que o recuo nas importações de carros na comparação mensal tem influência do aumento do mercado doméstico argentino.

“A Argentina, em função do mercado interno ter aquecido, tem menos disponibilidade de oferecer seus produtos. Naturalmente, a demanda interna acaba comprando boa parte da produção e há um menor destino para exportações para o mercado brasileiro”, ressalta.

Do país vizinho, no bimestre, vieram mais de 35 mil veículos, 28% a mais que no mesmo período de 2024. Já da China, as importações de carros passaram das 20 mil unidades, alta de 36% na mesma base de comparação.

Com isso, no ano, os veículos feitos na Argentina representaram 47% do total das importações de carros. Já a participação dos chineses ficou em 28%.

Anfavea fala que tema merece urgência

Ao todo, os importados representaram 21,1% do total de licenciamentos no janeiro-fevereiro, maior fatia desde 2012, segundo a Anfavea,

“A curva de crescimento das importações e dos veículos fora do Mercosul mantêm uma tendência de crescimento. Falamos de um mercado esse ano de 2,8 milhões de unidades, então estamos falando de cerca de 300 mil unidades vindas de fora do Mercosul”, projetou Marcio de Lima Leite.

O executivo reforçou que a Anfavea continua em conversas com o Governo Federal sobre a volta do imposto de importação em sua alíquota cheia, com base em estudos e pesquisas.

O lobby é uma tentativa de frear as importações de carros chineses, que continuam a chegar em volumes gigantescos ao Brasil – recentemente, mais um navio da BYD atracou e outro da Omoda & Jaecoo está a caminho.

“Temos urgência. A situação está se agravando cada vez mais, principalmente em função das barreiras que estão sendo impostas em outros países. Isso é entregar os empregos brasileiros para fora do país”, criticou o presidente da Anfavea.

Fonte: Automotive Business

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