BYD inicia montagem de veículos na Bahia e promete 600 mil unidades por ano

A BYD inaugurou na quinta-feira, 09/10, a sua fábrica instalada em Camaçari (BA), onde executa a montagem final, com peças importadas da China, do compacto elétrico Dolphin Mini, do SUV Song Pro e do sedã King.

Por ora a fábrica envia para a sua rede de concessionários o Dolphin Mini montado na Bahia. A partir de novembro serão faturados, como se diz no jargão comercial, os outros dois modelos.

Esta montagem final é realizada em um galpão recém construído que tem mais de 150 mil metros quadrados, pelas mãos – e equipamentos – de um quadro formado por cerca de 1,2 mil funcionários.

Afora essa área, o complexo industrial onde opera a BYD ainda é um grande canteiro de obras, com maquinário, materiais e antigas e inoperantes estruturas da época da Ford expostos ao tempo e à temperatura de Camaçari.

Há uma espécie de pátio, mas a montadora não soube precisar à reportagem de Automotive Business se as unidades ali armazenadas são importadas, montadas localmente ou um mix das duas opções.

A empresa afirma que esta é apenas a primeira fase do seu cronograma de atividades no país, a qual tem como principal apelo a montagem anual de 150 mil veículos/ano.

Em uma segunda fase, essa capacidade poderá dobrar para 300 mil/ano segundo o planejamento da BYD.

Um planejamento que, aliás, foi apresentado ao presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, momentos antes de começar a solenidade de inauguração da fábrica.

Na oportunidade, o presidente revelou que os planos da empresa sinalizam para uma produção de 600 mil unidades/ano em Camaçari. Esse volume seria a vedete da terceira fase dos planos da montadora para a América do Sul, com foco também nas exportações.

Há também a promessa de montagem local de um modelo equipado com motor híbrido flex, mas ainda não há uma data definida para isso acontecer. A montadora, aliás, importou uma unidade do Song Pro híbrido flex que circulará pelas ruas e meandros da COP 30, que será realizada em Belém (PA), em novembro.

Maniçoba, Ford e protestos marcam inauguração

Alguns componentes marcaram o evento, como as diversas referências à operação da Ford que era realizada ali até 2021.

“De um terreno abandonado a uma fábrica de sonhos. Um galpão abandonado que representava um passado de oportunidades perdidas”, disse o vice-presidente da empresa no país, Alexandre Baldy, em clara referência a Ford.

Uma resolução do governo local, inclusive, mudou recentemente o nome da via principal que passa pela fábrica. A antiga avenida Henry Ford agora é avenida BYD.

Enquanto a solenidade avançava dentro do novo galpão, com o presidente Lula debatendo se a maniçoba (prato a base de folha de mandioca típico da região Norte do país) era melhor na Bahia ou no Pará, do lado de fora da fábrica protestos foram realizados.

Cegonheiros mostravam suas bandeiras contra a licitação que a BYD fez para contratar empresas de transporte de carros novos. Em outra frente, representantes das autoescolas reclamavam sobre o fim das suas participações no processo de formação de novos condutores.

Fonte: Automotive Business