Novos SUVs híbridos plug-in, como Caoa Chery Tiggo 8 e Jeep Compass 4xe, destacam-se pelo baixo consumo no Programa de Etiquetagem do Inmetro
O Inmetro publicou a lista atualizada do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) com todos os últimos lançamentos do mercado brasileiro. Nela consta, por exemplo, que o Caoa Chery Tiggo 8 Pro Plug-In Hybrid, lançado em julho, faz mais de 30 km/l de consumo médio na cidade. Outros destaques entre os híbridos Plug-in são os SUVs Volvo XC60 e Jeep Compass 4xe, capazes de rodar cerca de 25 km com apenas um litro de gasolina.
Até a última atualização, feita no início deste ano, o Toyota Corolla Cross híbrido era, então, o carro mais econômico à venda no Brasil. O SUV médio feito em Sorocaba (SP) tem conjunto eletrificado que une o motor 1.8 flexível de 101 cv a outros dois motores elétricos de 72 cv, e ao câmbio CVT. Dessa forma, gera 123 cv de potência combinada. Segundo o Inmetro, o consumo com gasolina é de 17 km/l na cidade e de 13,9 km/l na estrada. Já com etanol, faz 11,8 km/l e 9,6 km/l, na ordem.
Os números do Inmetro deixam cada vez mais claro o impacto da eletrificação nos carros. Os números de consumo do Corolla Cross híbrido são ótimos, mas incomparáveis ao dos novos híbridos plug-in, como o Caoa Chery Tiggo 8 Pro. A grande vantagem desses carros é, portanto, a possibilidade do carregamento em fonte externa (tomadas, eletropostos e Wallbox). Com baterias maiores, os híbridos Plug-in entregam boa autonomia em modo puramente elétrico.
É por isso que o Jeep Compass 4xe alcança médias de 25,4 km/l na cidade e 24,2 km/l na estrada. Mas se os híbridos plug-in são eficientes, nada se compara aos elétricos. Segundo o Inmetro, o carro mais econômico do Brasil atualmente é o hatch chinês JAC e-JS1, com preço de R$ 159.900. Conforme a lista de 2022, o modelo faz 60,3 km/l na cidade e 52,9 km/l na estrada. Os dados, dessa forma, são convertidos para o padrão métrico dos carros a combustão.
Ao contrário dos híbridos completo e do tipo plug-in, os leves não entregam números tão poderosos. Na verdade, gastam quase o mesmo que os carros flex tradicionais, conforme mostra a lista do Inmetro. Tanto é que alguns, como o Kia Stonic, por exemplo, tem nota B na etiqueta. O crossover da marca sul-coreana faz 13,3 km/l na cidade e 13,2 km/l na estrada com gasolina. O seu sistema de 48V é ligado ao motor 1.0 turbo GDI de 120 cavalos e 20,5 mkgf.
Para comparação, o Kia bebe mais que o sedã Onix Plus com motor 1.0 flex de 82 cv e 10 mkgf de torque. O Chevrolet faz média de 10,1 km/l na cidade e 12,5 km/l na estrada, com etanol. E chega, então, a 14,3 km/l e 17,7 km/l, respectivamente, com gasolina. Para balizar o Stonic com um SUV, o Tracker 1.0 turbo flex de 116 cv faz 13 km/l (c) e 14,8 km/l (e) com gasolina. Assim, supera o Kia no ciclo rodoviário. Mas sem ser híbrido. Confira abaixo os consumos dos últimos lançamentos.
O PBVE classifica os veículos à venda no Brasil com base na eficiência energética. O órgão fornece dados sobre consumo de combustível (cidade/estrada) e emissões. Os ensaios são feitos em laboratório pelo Inmetro com índices de correção. Dessa forma, os veículos recebem etiquetas, que são fixadas nos para-brisas e trazem a classificação geral e por categoria. As notas variam de “A”, para os carros mais eficientes, para “E”, que indica os mais beberrões.
Na lista atualizada de 2022, são 33 fabricantes e 743 modelos e versões aferidos. O Inmetro separa os veículos por diferentes tipos de motor. Ou seja, divide nas categorias “Elétricos” (59 modelos), “Plug-in” (45), “Híbridos” (145), “Flex” (273), “Gasolina” (258) e “Diesel” (154). Além disso, a tem subcategorias, como “Subcompacto”, “Compacto” e “Médio”.
Assim como ocorre desde 1984 com os eletrodomésticos, como geladeiras, aparelhos de ar-condicionado e fogões, os veículos passam por ensaios em laboratório acreditados pelo Inmetro. Para obter o certificado, são submetidos, assim, a um teste em pista e medição de consumo em laboratório. Esta segue as normas da ABNT NBR 7024 e, dessa forma, cumpre ciclos de condução nos padrões urbano e rodoviário, e utiliza combustíveis de referência.
No caso dos carros 100% elétricos, o processo é diferente. Os veículos cumprem os testes em pista e medição de consumo em laboratório, seguindo as normas da ABNT NBR 7024. Entretanto, de acordo com o Inmetro, é preciso comparar os resultados com os de veículos que usam combustíveis diferentes. Ou seja, etanol e/ou gasolina e diesel. Assim, os dados são convertidos para Joule (J). Essa unidade, portanto, mede a quantidade energia necessária para um determinado deslocamento.
Além disso, a conta considera quanto o carro elétrico consome em kW/100 km na comparação com um similar a combustão. Cabe salientar, portanto, que o ranking dos elétricos mais econômicos do País é baseado no consumo médio em cidade. Diferentemente de modelos com motor a combustão, esse é o melhor cenário para os movidos a energia elétrica. Afinal, quanto mais um veículo elétrico desacelera, por exemplo, mais recupera energia em movimento.
Fonte: Jornal do Carro