Levantamento da Bright Consulting mostrou que tecnologias como turbo e start-stop contribuíram para o resultado
A eficiência energética dos veículos produzidos no Brasil teve franca melhoria nos principais segmentos. Levantamento realizado pela Bright Consulting com dados dos últimos sete anos até março mostrou que o aumento do conteúdo tecnológico nos veículos no período colaborou para o resultado.
A consultoria considerou no estudo um coeficiente resultante de cálculo envolvendo peso, massa e potência dos veículos. Quanto menor for esse valor, maior é o nível de eficiência energética do modelo.
No grupo dos hatches, que representaram cerca de 21,5% do total licenciado este ano, o índice de eficiência saiu de 1,71, em setembro de 2015, para 1,55 em março deste ano. No caso dos sedãs, 8,3% das vendas realizadas em 2022, o índice melhorou de 1,86 para 1,62.
Já entre as picapes, 53% dos emplacamentos de comerciais leves, a redução do índice de eficiência energética foi de 2,84 para 2,55. Por último, e mais importante, o índice no grupo de SUVs, 47,2% do mercado de automóveis, caiu de 2,19 para 1,86.
“Desde 2015, a combinação de inovações tecnológicas e as mudanças mercadológicas resultaram em um aumento da massa média dos veículos em 12%. Mesmo com veículos mais pesados, com sombra 7% maior e 13% mais potentes, a eficiência energética melhorou 4%”, disse Murilo Briganti, da Bright.
Dentre a melhorias apontadas no levantamento como contribuintes do aumento do nível de eficiência energética veicular estão as tecnologias VVT, o comando variável de válvulas, o câmbio automático, a transmissão do tipo CVT, injeção direta de combustível, os turbocompressores e o sistema start-stop.
Vale lembrar que os sete anos considerados no cálculo foram marcados por movimentos importantes para a indústria automotiva. O primeiro é que setênio engloba o período final do Inovar-Auto, política automotiva que vigorou entre 2013 e 2017 e impôs, pela primeira vez, metas de eficiência energética. Outro evolução do período foi a adesão das fabricantes de veículos ao Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro, que evidencia para os consumidores a eficiência energética de cada carro.
Por fim, os últimos sete anos também contaram com a elaboração do Rota 2030, atual conjunto de regras para a indústria automotiva que também traz metas de eficiência energética.
Se por aqui o nível de eficiência subiu, na esfera global há temor acerca do cumprimento das metas de redução das emissões dos veículos nos países desenvolvidos até 2030. Um novo relatório da consultoria InfluenceMap aponta que a maioria das fabricantes de automóveis não conseguirá atingir os objetivos. Dentre as 12 empresas analisadas, apenas Tesla (100% em 2029) e Mercedes-Benz (56% em 2029) estarão dentro da meta de ter 57,5% de suas vendas correspondendo a carros com zero emissão.
O documento comparou as atuais previsões de produção das montadoras (com base em informações da IHS Markit) para o ano de 2029 com o mapa de ação estabelecido pela Agência de Energia Internacional, entidade europeia que serve como autoridade para assuntos ligados à energia.
Esse mapa dita que, até 2030, 57,5% dos carros leves vendidos precisarão ser de zero emissão para que o setor de transportes esteja alinhado com o objetivo de que a temperatura da Terra suba apenas 1,5o C.
Fonte: Automotive Business