Todos que precisam pegar diariamente uma rodovia com pedágio sabem a dor de cabeça que é ficar na fila, e também da praticidade oferecida pelas tags, adesivo colocado no para-brisa que permite ao usuário passar por um guichê aberto.
A Sem Parar, empresa que é líder nesse setor, com domínio de cerca de 80% dele, vem encontrando concorrentes ferozes que oferecem gratuitamente o serviço que custa a partir de R$ 20 por mês .
Com um novo modelo de negócios, a ConectCar, Veloe e Greenpass abrem mão do pagamento por parte do consumidor para tentar abocanhar fatias grandes do mercado. “Se a empresa chegar ao mercado 15 anos depois do principal concorrente e fizer a mesma coisa, nunca chegará lá. Acredito que o atual modelo de negócios bateu no teto”, diz Felix Cardamone, presidente da ConectCar, em entrevista para o Estadão.
A ConectCar hoje oferece o seu serviço de tags gratuitamente a todos os 20 milhões de clientes do banco Itaú, que é seu principal acionista. Além do banco, a empresa também montou parcerias com a seguradora Porto Seguro e com a locadora Localiza.
A Veloe foi pelo mesmo caminho. A empresa que é pertencente à Alelo criou parcerias com o Banco do Brasil e o Bradesco, que controlam o negócio, além de recém anunciar uma parceria com o BTG Pactual.
A empresa que mais se diferencia das outras é a Greenpass, criada em 2019. Funcionando no modelo white label, onde ela fornece o serviço para companhias como C6, Banco Inter, Sicredi e Ticket, e estes oferecem o produto dentro de seu portfólio.
Para João Cumerlato, fundador da Greenpass as tags se tornarão parte de um portfólio de serviços. Hoje a empresa conta com 600 mil usuários. Estima-se que no Brasil cerca de 8 milhões de motoristas usam as tags, cerca de 17% do total de 46 milhões de veículos da frota nacional.
Carlos Gazaffi, presidente da Sem Parar, afirma que é natural o surgimento de concorrentes, mas a empresa não mudará seu modelo de negócios. O foco agora é trazer diferenciais para atrair os clientes, como parceria para o uso das tags em estacionamentos e restaurantes, e um programa de cashback de 2% em postos conveniados. A empresa também está buscando negociar com as montadoras, em busca de que os carros já saiam de fábrica com os adesivos colados no vidro.
“O mercado está se reinventando, e a Sem Parar tem vários desafios pela frente. Esse setor é um tipo de mercado que pode se tornar obsoleto em função de novas tecnologias e modelos de negócio”, diz Marcelo Nakagawa, professor de empreendedorismo do Insper, em entrevista ao Estadão.
Fonte: Yahoo Finanças