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“Tarifaço” atrapalha o crédito e eleva preços?

A revista Locação, da ABLA, entrevistou o Constantin Jancsó, economista do Bradesco, sobre as recentes medidas tarifárias adotadas pelo Governo dos Estados Unidos, que está impondo desafios inclusive para as locadoras no Brasil. Afinal, as empresas do setor seguem precisando de crédito para a renovação ou ampliação das frotas. Confira:  

Locação: Quais os possíveis impactos desse novo tarifário dos EUA na indústria automotiva? 

Constantin Jancsó: Resumidamente, setores específicos, como o da indústria automotiva, enfrentarão alíquotas de importação ainda mais elevadas nos Estados Unidos, onde o chamado tarifaço tende a ser inflacionário, elevando por lá os custos e preços, sobretudo no setor automotivo. Do lado mexicano, por exemplo, a dependência do mercado americano como principal destino de exportação levanta a possibilidade de redirecionamento da produção para o Brasil, dada a existência de um acordo de livre-comércio que temos com aquele país. 

Locação: Como essa dinâmica internacional pode afetar o custo do dinheiro, as taxas de juros, enfim, as condições para a obtenção de crédito? 

Constantin Jancsó: Antes do anúncio das tarifas, o Banco Central brasileiro estava em um ciclo de alta de juros, com expectativa de pelo menos outras duas elevações adicionais de 0,50 ponto percentual. A ideia era manter os juros em torno de 15,5% por um período prolongado, para então iniciar um ciclo de cortes no final do ano. Com o novo cenário, e considerando o efeito desinflacionário potencial do tarifaço para o Brasil, essa trajetória pode mudar. A expectativa agora é de uma única alta adicional de 0,50 ponto percentual. Em outras palavras, as tarifas americanas ajudam a conter a inflação no Brasil, o que pode fazer com que o Banco Central suba menos os juros do que se imaginava anteriormente.

Locação: É possível dizer que o Brasil será um dos países menos afetados pelo “tarifaço”? 

Constantin Jancsó: Não se trata de um cenário alarmante, mas também não é possível afirmar que está tudo sob controle. O momento exige atenção, cautela e monitoramento constante. O aumento de barreiras comerciais tende a enfraquecer o crescimento do comércio global, o que reduz a atividade econômica mundial como um todo. Dificilmente o Brasil ficará imune a esse impacto. É fundamental equilibrar a análise dos efeitos diretos sobre a cadeia automotiva com os efeitos mais amplos de um crescimento global muito mais lento. 

Este conteúdo faz parte da edição 120 da Revista Locação.

Fonte: ABLA

29 de maio de 2025
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